UFRN cria sistema para monitoramento neurológico pediátrico

Educação

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), desenvolveu uma plataforma que utiliza internet das coisas e sistemas embarcados para monitorar funções neurológicas de bebês em unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais. A tecnologia integra neuroimagem avançada e acompanhamento em vídeo em tempo real, permitindo detectar e tratar convulsões e outras anormalidades mesmo a distância. 

O professor Richardson Leão, do Instituto do Cérebro da UFRN, explica que o sistema pode apoiar profissionais de saúde em regiões com pouco acesso a especialistas em neurologia pediátrica. “Este equipamento aprimora a capacidade do profissional remoto para fornecer cuidados especializados e melhorar os resultados para neonatos, especialmente em áreas com acesso limitado a especialistas em neurologia pediátrica”, afirmou. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), condições neurológicas são a principal causa de doenças e incapacidades em todo o mundo. Recém-nascidos prematuros estão entre os mais vulneráveis a lesões cerebrais, que podem levar a deficiências cognitivas, motoras e sensoriais permanentes. No Brasil, ocorrem entre 15 e 20 mil casos anuais de encefalopatia hipóxico-isquêmica, o que reforça a importância de soluções acessíveis para diagnóstico e intervenção precoce. 

Entre os diferenciais do protótipo, estão a possibilidade de registrar eletroencefalograma, movimentos atípicos, temperatura, frequências cardiorrespiratórias e oxigenação do sangue. O design foi pensado para reduzir fios e cabos, facilitando o contato materno durante o cuidado. “Uma das preocupações foi minimizar o efeito deletério de cabos no vínculo com a mãe, inclusive com conectores de engate rápido para que a amamentação seja possível”, destacou Leão. 

O pedido de patente da tecnologia foi realizado em fevereiro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), sob o nome “Sistema integrado para monitoramento neurológico neonatal”. A iniciativa conta com apoio da Agência de Inovação da UFRN (Agir) e reúne professores da Maternidade Escola Januário Cicco, do Departamento de Engenharia de Computação e Automação, e parceiros da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Para o pesquisador, o objetivo é ampliar o acesso ao cuidado neurológico neonatal. “Se esse acompanhamento for universalizado, como a oximetria ou o eletrocardiograma, vamos melhorar o prognóstico de milhares de bebês e até identificar relações com distúrbios como autismo e déficit de atenção”, concluiu. 

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Este conteúdo é uma produção da UFRN, com apoio da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) 

Fonte: Ministério da Educação