Porto Alegre (RS) – Quase 30 anos e três gerações de arquitetas separam o primeiro projeto e o início das obras na comunidade Vila de Mato Sampaio, bairro Bom Jesus, na região metropolitana de Porto Alegre. A tão sonhada urbanização saiu do papel e vai começar a ser realizada com a passagem da Caravana das Periferias, do Ministério das Cidades.
O secretário Nacional de Periferias, Guilherme Simões, inaugurou o Posto Territorial Periferia Viva, que marca o início das obras na comunidade. Serão R$ 33,4 milhões em recursos pelo Novo PAC – Periferia Viva para transformar a comunidade.
Os moradores serão beneficiados com redes de abastecimento de água, coleta de esgoto, rede elétrica e de iluminação pública, pavimentação, micro e macrodrenagem, além de recuperação ambiental e gestão de resíduos sólidos
A comunidade terá, ainda, a construção de 90 novas moradias, melhorias em outras 58 casas e regularização fundiária. Pelo Minha Casa, Minha Vida serão mais R$ 24,6 milhões para a construção de 150 unidades, totalizando 240 novos lares.
“O que vemos aqui é a importância do empenho, de gerações para que este projeto não ficasse na gaveta, levando dignidade para a comunidade”, destacou o secretário Simões.
Gerações de luta
Sob constante ameaça de despejo e sendo imprensados por grandes condomínios que pediam a derrubada das casas para construção de áreas de lazer, a luta por melhorias em Mato Sampaio começou há pelo menos 30 anos.
Somente no ano 2000 a demanda começou a ganhar forma no Demhab (Departamento Municipal de Habitação) com a elaboração dos projetos para a intervenção. O primeiro projeto arquitetônico saiu das mãos de Silvia Maria Carpenedo, especialista em moradia social e urbanista, porém, foi engavetado por falta de recursos.
Anos depois, foi a vez da arquiteta Mirian Fernandes assumir a nova tentativa de colocar em prática a urbanização e, mais uma vez, o projeto foi engavetado, onde ficou até 2021. Foi quando o departamento voltou a buscar recursos e ajustar o projeto, desta vez, com a arquiteta Andreia Teixeira. Em 2023, com retomada do PAC o projeto foi inscrito e aprovado pelo Periferia Viva.
Acompanhando o anúncio, as três não escondiam a emoção. “Nossa, quando me convidaram para essa cerimônia de hoje, eu nem acreditava que estava finalmente acontecendo”, declarou Silvia. “É a realização de um sonho, que sonhamos junto com a comunidade por muitos anos”, emendou Mirian.
Para Andreia a emoção é de vê-lo sair do papel. “É o sonho de muitas famílias se concretizando e é muito emocionante ter participado disso”.
O projeto aprovado é o mesmo iniciado por Silvia, ajustado por Mirian e finalizado por Andreia. A parceria, a insistência, e a imersão na comunidade rendeu a elas um apelido: irmãs Sampaio.
Favelas
A capital gaúcha concentra nove das 20 favelas e comunidades urbanas mais populosas do Rio Grande do Sul mapeadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população total dos nove locais é de 63,9 mil pessoas.
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Fonte: Ministério das Cidades