Webinário discute falas significativas nas metodologias da EJA

Educação

Com o objetivo de ampliar os espaços de reflexão crítica sobre práticas pedagógicas e metodologias participativas na Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Ministério da Educação (MEC) realizou na quarta-feira, 27 de agosto, mais uma edição do Círculo de Cultura Virtual da Formação em Serviço dos Professores da EJA. O evento foi transmitido pela página do Círculo Cultura EJA e pelo canal do MEC no YouTube. 

Promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), em parceria com o Instituto Federal Farroupilha (IFFar), o círculo destacou a metodologia das redes de falas como instrumento de análise e valorização da experiência dos sujeitos da EJA. O evento apresentou como a escuta e a sistematização das falas contribuem para reforçar o protagonismo dos educandos e educadores e qualificar a produção de conhecimento na área.  

Para o MEC, valorizar as falas é valorizar a história e a experiência de vida dos sujeitos da EJA. Isso reforça o caráter humanizador da educação popular, já que a fala é expressão de cultura, identidade e resistência.    

O debate contou com a participação da especialista em educação de jovens e adultos e representante da Rede Mova-Brasil na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA) da Secadi,  Maria Teresinha Verle Kaefer, e da professora do Instituto Federal Farroupilha, Fernanda Paulo.  

No webinário, Maria Kaefer destacou a importância de as falas terem sentido e serem explicativas e argumentativas. “As narrativas precisam ter sentido e expressar uma estrutura clara, com início, meio e fim. Devem explicitar a visão do sujeito sobre si mesmo e sobre o mundo. Falas explicativas e argumentativas devem ser priorizadas, como aquelas que trazem explicações, argumentos ou constatações sobre situações vividas, especialmente quando envolvem experiência pessoal ou de familiares”, ressaltou.  

Kaefer ainda observou que as expressões culturais e linguísticas de cada território do país devem ser respeitadas e valorizadas. “É importante considerar falas que revelam em traços culturais, como gírias, dialetos ou expressões regionais, pois enriquecem a compreensão do contexto do sujeito”, afirmou. 

O círculo é voltado para professores da EJA, estudantes de cursos de licenciatura, pesquisadores em educação, gestores escolares e profissionais da educação interessados nas políticas públicas educacionais. A partir de experiências consolidadas, o evento discutiu caminhos possíveis para a construção de um currículo integrado à realidade dos educandos, com base na pedagogia de Paulo Freire. A formação reafirma o compromisso com políticas educacionais contextualizadas, democráticas e transformadoras.  

O evento integra as iniciativas de formação desenvolvidas no âmbito do Programa Nacional para a docência na EJA (ProfEJA), realizado por meio da parceria entre Secadi e instituições federais de ensino superior. A ação faz parte do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da Educação de Jovens e Adultos (Pacto EJA)

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi 

Fonte: Ministério da Educação