Seguindo agenda em Cannes, França, nesta quinta-feira (15), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, marcaram presença no evento Luzes, Câmera e Igualdade, promovido pela World Woman Foundation. A conferência teve como foco o Brasil enquanto líder global emergente no empoderamento das mulheres por meio de economias criativas e discutiu a cultura como força transformadora para a equidade de gênero.
“Esse é um momento muito importante para nós, tratando, especialmente, de estar em um evento voltado às mulheres. Por isso, gostaria de estender minhas saudações a todos os presentes. É fundamental termos a oportunidade de falar sobre esse tema, compartilhar as iniciativas do Ministério da Cultura no sentido de promover a igualdade, a equidade de gênero e o empoderamento feminino”, afirmou Margareth Menezes. E completou: “nós defendemos a cultura. A maioria das pessoas que trabalham no Ministério são mulheres, e no setor cultural brasileiro também. A predominância feminina nos anima muito e é histórica, tanto na construção das políticas, quanto na atuação prática”.
Durante sua fala, a titular brasileira da Cultura trouxe sua trajetória como mulher negra na música e, agora, como ministra. “Tenho 38 anos de carreira, sou baiana e venho de um lugar de busca por oportunidades, construindo minha trajetória com muita luta para garantir espaço para meu trabalho no Brasil. Chegar a este momento, receber o convite do presidente Lula para estar no Ministério da Cultura, é algo que me deixa muito feliz e reforça a responsabilidade desse lugar”.
Ela ressaltou também os desafios de liderar a retomada das políticas culturais após o desmonte da Pasta.
“Em 2023, descobri como essa cultura foi afetada e estamos tentando retomar as políticas com um olhar especial para as mulheres. É necessário trazer mais mulheres para promover políticas inclusivas dentro do Ministério da Cultura. Assim, queremos consolidar o Brasil como líder global emergente na capacitação de mulheres por meio de economias criativas”, afirmou.
Iniciativas para o empoderamento feminino
Durante o evento, a ministra ressaltou as ações do Governo Federal voltadas para as mulheres, a exemplo da institucionalização do Ministério das Mulheres e a contribuição do Brasil na presidência do G20, em 2024, com a articulação para criação de um grupo de trabalho voltado ao empoderamento feminino, uma inovação no cenário internacional.
“Esse grupo também será criado no âmbito dos BRICS, reforçando o compromisso do Brasil em unir esforços para ampliar a autonomia das mulheres e garantir que elas estejam no centro das decisões políticas, econômicas e culturais”, destacou.
Importantes avanços nas políticas audiovisuais, com ênfase na retomada do Conselho Superior de Cinema e a criação do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, também foram pontuadas. O colegiado, que define as diretrizes para o setor, agora conta com representação do governo e da sociedade civil, além de garantir paridade de gênero. Outros exemplos citados foram o Prêmio Carolina Maria de Jesus, de 2023, que contemplou 73 escritoras de todas regiões do país, e o edital Ruth de Souza, que selecionou 18 projetos de longa-metragem entre 187 inscritos e investiu R$ 36 milhões no setor.
Sobre a agenda
A Conferência integra a Agenda Mulher Mundial de Cannes, iniciativa multissetorial global para remodelar o papel das mulheres na mídia e na indústria do entretenimento. Posicionada como uma plataforma global de primeira linha, visa impulsionar a colaboração de alto nível entre criadoras, financiadoras, cineastas, pesquisadoras e agentes de mudança para construir um novo e ousado futuro cinematográfico – um futuro assumidamente liderado por mulheres, impulsionado pela tecnologia e socialmente transformador.
Participaram também da programação, Rupa Dash, CEO da Fundação Word Woman e a atriz francesa Marianne Borgo.
A World Woman Foundation é uma organização presente em 20 países, dedicada a empoderar 1 milhão de mulheres e meninas até 2050. Seu Equality Moonshot visa reimaginar um futuro igualitário por meio de investimentos a longo prazo que expandem habilidades, conexões, capacidade e visibilidade de mulheres.
Fonte: Ministério da Cultura