Ibama inicia campanha sobre papel das redes sociais no estímulo ao tráfico de animais silvestres

Meio Ambiente

Nesta quinta-feira (22/5), Dia Internacional da Biodiversidade, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e em parceria com o WWF-Brasil, lançou a campanha “Se não é livre, eu não curto”. A iniciativa busca conscientizar a população sobre o papel das redes sociais na promoção do tráfico de animais silvestres, destacando os impactos negativos da exposição de animais em ambientes domésticos.

Entre 2015 e 2021, foram apreendidas do comércio ilegal 4 mil espécies de fauna e flora silvestres em 162 países e territórios no mundo todo. Essas apreensões totalizaram 13 milhões de animais e plantas, segundo o Relatório Global sobre Crimes contra Espécies Silvestres. As redes sociais podem contribuir para esse cenário ao associar prestígio e admiração aos usuários que compartilham imagens dos animais silvestres em casa, muitas vezes coagidos a vestir roupas e reproduzir comportamentos humanos.

O tráfico de animais é considerado o terceiro maior crime de contrabando do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. E, de acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), nove entre cada dez animais traficados morrem no transporte. 

Muitas pessoas desconhecem as diferenças entre animais silvestres e domesticados. Enquanto os domesticados estabeleceram relações com humanos ao longo de séculos, os silvestres necessitam de seu habitat para sobreviver. A posse irresponsável de animais silvestres coloca em risco sua vida e a segurança das pessoas, além de contribuir para o tráfico e até a morte desses animais.

Quando resgatada pelos órgãos competentes, a maioria dos animais consegue ser reinserida em seu ambiente. Em 2023, mais de 30 mil indivíduos foram soltos na natureza após passar pela reabilitação nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. 

A coordenadora-geral de Gestão e Monitoramento do Uso da Fauna e da Biodiversidade Aquática do Ibama, Graciele Gracicleide Braga, destaca que a juventude brasileira, especialmente a conectada às redes sociais, é o principal público consumidor de animais silvestres como domésticos. “Esses jovens, em busca de originalidade e visibilidade digital, são atraídos por espécies exóticas e diferentes, muitas vezes compartilhando suas aquisições em plataformas digitais para ganhar curtidas”, afirma.

“A campanha ‘Se não é livre, eu não curto’ tem como objetivo principal conscientizar a população sobre o papel das redes sociais na normalização e estímulo à posse ilegal de animais silvestres. A exposição desses animais em contextos domésticos contribui para a demanda por espécies da fauna brasileira, impulsionando o tráfico e agravando os impactos sobre a biodiversidade. É fundamental promover a diferenciação entre animais silvestres e domesticados e reforçar que o bem-estar da fauna está diretamente relacionado à sua permanência em habitat natural”, afirma Bráulio Dias, diretor de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do MMA.

A campanha é coordenada pelo Ibama no âmbito do projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – Pró-Espécies: Todos contra a extinção. O Pró-Espécies é coordenado pela MMA e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF). O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) atua como agência implementadora, e o WWF-Brasil, como agência executora. 

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima