Debate em Gramado parte da realidade gaúcha e defende audiovisual como pauta estratégica para o Brasil

Cultura

Organizada pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, uma audiência pública realizada nesta sexta-feira (15) em Gramado debateu o futuro do setor audiovisual. A presidente do colegiado, deputada federal Denise Pessoa (PT/RS), abriu os trabalhos explicando o objetivo do encontro. “Decidimos não só vir participar deste importante evento, mas também fazer o debate, escutar a comunidade do audiovisual”, afirmou a deputada. O evento foi uma realização conjunta com a Assembleia Legislativa do RS, por iniciativa da deputada estadual Sofia Cavedon (PT/RS).

Tendo como ponto de partida os desafios e a potência do setor no estado, o debate projetou-se para o cenário nacional. “Temos uma preocupação: como participar bem do momento do Brasil a partir das dificuldades que vivenciamos aqui, para que o audiovisual do Rio Grande do Sul não fique para trás desse lindo momento que o audiovisual brasileiro vem tendo”, declarou Aleteia Selonk, presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do RS (SIAV-RS).

A partir dessa perspectiva, o secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou a posição firme do governo na negociação da nova lei de regulação das plataformas de streaming (VOD). “Nós defendemos 6% de Condecine, 10% de cota de tela e a proteção da propriedade intelectual para os realizadores brasileiros. Quando escolhemos a cultura e a economia criativa como eixos centrais do desenvolvimento no governo do presidente Lula, fazemos uma escolha de modelo de país”, afirmou Tavares.

A secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga, ressaltou o impacto da regulação para todo o país. “Essa é uma pauta para o Brasil. Estamos falando de um setor que hoje contribui com R$ 24 bilhões para o PIB diretamente. A regulação é uma questão de soberania, e o audiovisual hoje é o nosso soft power, tanto quanto o futebol e o samba”, declarou.

Fabiana Trindade, diretora de Financiamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine), garantiu que a agência está preparada para executar as políticas de fomento. “Trabalhamos bastante na reestruturação interna e conseguimos reduzir o passivo de projetos em 83%. Isso coloca a Ancine em um novo patamar, com capacidade de garantir a continuidade que o setor tanto precisa”, pontuou.

Conectando cultura e desenvolvimento, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, citou o audiovisual como uma ferramenta poderosa para a imagem do Brasil. “Temos uma parceria muito sólida com o Ministério da Cultura, enxergando o audiovisual como soft power. Só para ter uma ideia, 44% dos norte-americanos decidem viajar para um lugar baseado em uma série ou filme que assistiram”, explicou Freixo.

Fonte: Ministério da Cultura