A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou, neste sábado (16/8), os esforços adotados pelo Brasil para engajar os países na implementação dos acordos que priorizam o enfrentamento da emergência climática, inclusive no âmbito das questões éticas. A apresentação foi realizada no Rio de Janeiro, durante a sessão “Um apelo moral à ação climática”, promovida pela organização global The Climate Reality Project.
O evento faz parte do Reality Tour, iniciativa que mobiliza pessoas em todo o mundo para impulsionar o combate à emergência do clima. Na oportunidade, a ministra destacou o papel do Balanço Ético Global (BEG), iniciativa liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na construção de caminhos para um futuro mais justo, inclusivo e sustentável.
Ao comentar os efeitos da mudança do clima, Marina Silva afirmou que o “mundo agora foi para o limiar do processo”, em que, a cada ano, “500 mil vidas são perdidas em função de ondas de calor, uma “guerra silenciosa que está sendo feita contra vidas”.
“Agora, só tem um caminho: implementar”, endossou.”Existem aqueles que estão fazendo esforços para fazer um planejamento justo para que todos possam cumprir com suas obrigações, produtores, consumidores, ricos e países em desenvolvimento,olhando para o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, mas sem negar que todos temos e devemos responsabilidades”, concluiu.
Lançado em junho passado, o BEG ocorre a partir de diálogos regionais a serem realizados até outubro em diferentes continentes. A ação está alinhada à proposta da presidência da COP30 para formar um “mutirão” em apoio à implementação dos compromissos já acordados, que abrange a triplicar a capacidade de energias renováveis e dobrar a eficiência energética. A transição justa e planejada para o fim de combustíveis fósseis e do desmatamento também estão entre os objetivos.
A moderação do debate foi feita pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore, fundador e presidente da organização global The Climate Reality Project. Presente em 12 países, no Brasil, a entidade é representada pelo Centro Brasil Clima. Na oportunidade, Al Gore refletiu sobre como o sistema econômico pode se tornar mais sustentável. “Eu acredito que o capitalismo pode ser parte da solução, em vez de uma parte central do problema. Se você olhar para as notícias otimistas de que 93% de toda a geração de eletricidade no ano passado foram renováveis e perguntar de onde veio o dinheiro para todo esse desenvolvimento, 85% vieram de fontes privadas de capital”, pontuou.
As discussões contaram ainda com a participação da fundadora do Center for Earth Ethics, a estadunidense Karenna Gore, colíder do BEG para a América do Norte. Em sua participação, a ativista classificou como uma “ilusão persistente” a ideia de que os seres humanos são separados da natureza. “Muitas pessoas têm sido ensinadas um jeito de pensar, um pensamento, que somos separados e superiores, que podemos tomar, tomar e tomar. E isso não é verdade.”
Realizado de 15 a 17 de agosto, o Reality Tour promove uma capacitação gratuita para engajar lideranças climáticas em todo o mundo até a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
(Com informações da Agência Brasil)
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