Agentes Territoriais de Cultura do Sul exploram Pelotas e debatem políticas públicas

Cultura

Um passeio por pontos históricos da cidade, oficinas temáticas para debater potências e desafios do trabalho e uma mesa com detalhamento das principais políticas públicas de cultura em andamento no país. O segundo dia do I Encontro de Agentes Territoriais de Cultura do Sul, movimentou os bolsistas nesta quinta-feira (21). 

A programação começou com os Rolezinhos Culturais. Os agentes se dividiram em dois grupos que percorreram roteiros diferentes e se encontraram na praia do Laranjal, ponto turístico da cidade.  João Vitor França, conhecido como “Ssor João”, é agente territorial em atuação em Joinville (SC), e conheceu locais simbólicos como o Theatro Sete de Abril e o ponto de cultura Instituto Hélio D’Angola.

“Muito importante essa experiência de a gente conhecer o lugar que foi a primeira periferia de Pelotas. Achei particularmente interessante a interação que eles têm com o meio ambiente e a diversidade. Só de interagir com eles já saio daqui carregando algo deles em mim”, disse o agente, ao comentar a vivência no Instituto Hélio D’Angola.

Mirella Ramos Rabaioli, agente territorial de cultura nas cidades de Tramandaí e Osório (RS), também pontuou a importância de conhecer melhor as realidades de outros municípios.

“Adorei o rolê. Achei muito bom porque a gente conseguiu conhecer um pouco mais do que acontece na cidade. Conhecer outros espaços nos inspira”, afirmou.

Ao longo do dia, os bolsistas também tiveram a oportunidade de se reunir com os comitês de cultura de cada estado, para debater os desafios, compartilhar experiências bem sucedidas nos territórios e falar sobre  as linguagens multidisciplinares da comunicação.

“É muito bom conhecer as pessoas de fato e fazer essas conexões. Porque quando a gente sai da tela, a gente também consegue ver a projeção de outros projetos para além do nosso território e  sai daqui pensando ações interestaduais,  para além da nossa própria territorialidade”, avaliou Maria Clara Viegas, agente territorial de Porto Alegre (RS).

Fala MinC

A última mesa do dia foi dedicada a detalhar programas e políticas que estão sendo desenvolvidas e implementadas pelo Ministério da Cultura (MinC) e as entidades vinculadas. O diretor da Política Nacional de Cultura Viva, João Pontes, lembrou que a ideia de pontos e pontões de cultura, que completou 20 anos no Brasil, já está sendo replicada no resto do mundo.

“É um modelo brasileiro que já está sendo usado como modelo em 18 países. A gente brinca que está contra-colonizando países como a Espanha, que usa um modelo inspirado na Cultura Viva. Uma das grandes características, é de que essa política é feita de baixo para cima, então, vocês, agentes territoriais, têm um papel muito importante em contribuir nesse processo de organização”, afirmou.

Já o diretor do Sistema Nacional de Cultura no MinC, Junior Afro, falou sobre a importância de consolidar políticas estruturantes para garantir a continuidade dos programas culturais, independentemente de governos.

“Nós conquistamos o Sistema Nacional de Cultura numa perspectiva de que precisamos de uma política sistêmica para o nosso setor. A gente está falando de direito, a cultura é um direito garantido pela Constituição, por isso a gente precisa articular o nosso setor e articular as políticas para ter perenidade”, concluiu.

Outro tema debatido foi a Rede de Cultura, iniciativa pensada para o fortalecimento cultural do país, numa parceria entre MinC e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A coordenadora da Rede no Sebrae, Cyntia Uchoa, falou sobre a importância da incidência territorial dos agentes. 

“A rede só vai se fortalecer quando perceberam a nossa capacidade de articulação e como podemos fazer esse movimento de baixo pra cima. É uma ação que o Sebrae nacional entende como uma política de Estado é que precisa ter sustentabilidade a longo prazo”, explicou.

Também participaram da mesa a subsecretária de Espaços e Equipamentos Culturais do MinC, Cecília Sá, falando sobre o programa Territórios da Cultura, a  representante da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério, Shaiane Vargas, que explicou as as ações afirmativas transversais da Pasta, e a coordenadora da diretoria de Fomento e Difusão da Funarte, Lenine Guevara, que explicou a Política Nacional das Artes.

A apresentação artística do grupo Bataclã Faz de Conta encerrou o dia, com um show em homenagem a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024. O grupo contou também com a intervenção das bonecas gigantes, simbólicas do ponto de cultura Quilombo do Sopapo.

Fonte: Ministério da Cultura