A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou, nesta quarta-feira (10), do lançamento do Plano de Ações Integradas Mulheres e Clima, iniciativa do Governo Federal que reúne dez ações estratégicas para promover justiça climática com justiça de gênero.
O evento aconteceu no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília, e, além da ministra, contou com a participação da ministra das Mulheres Márcia Lopes, da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do MinC, Márcia Rollemberg, e da secretária adjunta da Secretaria Nacional de Planejamento, Flávia Nascimento, além de representantes de organismos internacionais, parlamentares e movimentos sociais.
Ao discursar, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que enfrentar a crise climática é também defender a vida. Para ela, “só será possível construir um Brasil mais justo, igualitário, sustentável e democrático com justiça social, justiça climática e reparação histórica”.
A ministra destacou a centralidade das mulheres nesse processo, lembrando que negras, indígenas, quilombolas, rurais e periféricas estão na linha de frente das respostas comunitárias às emergências ambientais. “Essas mulheres enfrentam os impactos mais duros da crise, mas também constroem soluções concretas para a sustentabilidade da vida”, disse. Segundo Margareth, elas carregam tanto o peso da desigualdade e do racismo ambiental quanto “a força da sabedoria ancestral capaz de renovar e reinventar o mundo”.
Nesse sentido, ela ressalta que as práticas culturais das mulheres não são apenas gestos de sobrevivência. “São atos de resistência e tecnologias sociais que preservam a biodiversidade, geram autonomia e fortalecem a democracia”, completou.
O Plano de Ações Integradas Mulheres e Clima, coordenado pelo Ministério das Mulheres em articulação com diferentes pastas, movimentos sociais e organismos internacionais, busca fortalecer a presença feminina na agenda da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
Como forma de reconhecer o protagonismo feminino na agenda climática, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reiterou a projeção da pauta na COP30. “Precisamos marcar nossos lugares como protagonistas da transformação e trabalhar coletivamente, para fazer a diferença. Cuidar do planeta é reconhecer e valorizar o papel estratégico das mulheres. A luta por justiça climática é lutar por nós, pelos nossos ancestrais e pelas futuras gerações.”
O lançamento também marcou a abertura do 1º Encontro da Articulação Nacional Mulheres e Clima, reunindo lideranças sociais, especialistas e gestores públicos para pensar soluções coletivas de enfrentamento à emergência climática.
Margareth Menezes lembrou que a cultura já vem assumindo os holofotes nesta pauta. Citou o seminário Cultura e Mudança Climática, promovido pelo MinC durante o G20, e a participação do Brasil no Grupo de Amigos de Ação Climática Baseada na Cultura, iniciativa com mais de 50 países e apoio da Unesco. “Os pontos de cultura espalhados pelo Brasil são espaços comunitários de cuidado, ação e transformação”, afirmou, lembrando que em muitos deles as mulheres lideram iniciativas que unem arte, memória e modos de vida para fortalecer a resistência cultural diante das mudanças climáticas.
Ao encerrar sua fala, Margareth reforçou o papel estratégico da cultura nessa agenda: “Defender a cultura e as mulheres que trabalham com cultura é também defender a terra, a água, o alimento e o futuro. Reconhecer o protagonismo feminino é construir uma justiça climática mais justa para todos nós. E o momento da mudança é agora”.
Fonte: Ministério da Cultura