O Ano Cultural Brasil/Reino Unido 2025-2026 foi aberto oficialmente na noite de domingo (05), na Sala São Paulo, na capital paulista, com a exibição do filme mudo “O Inquilino” (The Lodger, 1927), clássico de Alfred Hitchcock. A trilha sonora, composta por Neil Brand, foi interpretada ao vivo durante a sessão pela Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, sob regência do maestro Gustavo Petri.
Com participação do secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares; do chefe executivo do British Council, Scott McDonald, e do diretor do Instituto Guimarães Rosa (IGR), Marcos Nakata, a cerimônia marcou o início da programação do Reino Unido Brasil no país – a programação brasileira no Reino Unido foi lançada lá em agosto deste ano.
Para Márcio Tavares, esse bicentenário não poderia ser comemorado de melhor maneira do que celebrando o encontro de culturas. “Somos duas democracias multiétnicas, vibrantes, em que a cultura se desenvolve cada vez mais como plataforma não só de encontro das nossas relações internacionais, mas como oportunidade concreta para que alcancemos nossos objetivos de um desenvolvimento com oportunidades para todos e que respeite o meio ambiente”, afirmou.
O Ano Cultural Brasil/Reino Unido 2025-2026 é uma celebração aos 200 anos de relação diplomática entre os dois países e busca mostrar a pluralidade cultural do Brasil aos britânicos e vice-versa. É objetivo também estimular a economia criativa como motor de inovação e inclusão e fortalecer laços de cooperação e amizade.
A iniciativa, que segue até meados de 2026, é organizada, da parte do Reino Unido, pelo British Council e, da parte do Brasil, pelo Instituto Guimarães Rosa (IGR), unidade do Ministério das Relações Exteriores (MRE) responsável pela diplomacia cultural brasileira, com apoio do Ministério da Cultura.
Scott McDonald, chefe executivo do British Council, viu na apresentação na Sala São Paulo a síntese do que é a temporada inteira. “A temporada é construída no espírito da abertura e do intercâmbio, e é uma celebração da ideia de que a cultura pertence a todos, e que, quando compartilhamos, todos crescemos.”
Marcos Nakata ressaltou a valiosa e fundamental parceria do Ministério da Cultura e afirmou que “o Ano Cultural é uma oportunidade única de renovar o diálogo entre duas democracias vibrantes e diversas, por meio de todas as vertentes da produção artística”.
Programação
A emergência climática, alegria, diversidade e representação são os temas centrais do Ano Cultural Brasil/Reino Unido, e serão explorados por meio de uma ampla programação de eventos, exposições, performances e atividades públicas em ambos os países. Os projetos incluídos na programação foram selecionados, com base nessas linhas, por meio de chamada pública aberta em novembro do ano passado e encerrada em janeiro.
Ao longo de um ano, 35 atividades vão ocorrer nos dois países, algumas delas espalhadas por várias cidades. No Brasil, fazem parte da programação, por exemplo, o Festival Amazônia Mapping, previsto para novembro em Belém (PA); o Sound System – A Música e a Poesia do Atlântico Negro, programa de intercâmbio cultural entre artistas, escritores e intelectuais vindos das periferias do Brasil e do Reino Unido; e os festivais Feira Preta e Afropunk, ambos em novembro em Salvador.
No Reino Unido, o público já teve oportunidade de assistir, em agosto, a várias atrações brasileiras no Festival Internacional de Edimburgo, como a montagem brasileira da peça “Tom na Fazenda”, dirigida por Rodrigo Portella; o espetáculo de dança “PUFF”, de Alice Ripoll, e o monólogo “Monga”, de Jéssica Teixeira
Este mês, o coletivo paulistano MEXA leva às cidades de Glasgow e Leeds sua proposta de táticas artísticas para defender e promover o encontro da diversidade da população em situação de vulnerabilidade social. O MEXA é formado por uma equipe interdisciplinar que inclui artista, ativista, cabeleireira, cineasta, comunicadoras, jornalista, fotógrafa e pessoas sem profissão.
Fonte: Ministério da Cultura
