Pela segunda vez em sua história, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é responsável por retirar o Brasil do Mapa da Fome, indicador global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) que identifica nações em que mais de 2,5% da população sofre de subalimentação grave – insegurança alimentar crônica. A conquista foi alcançada em apenas dois anos, tendo em vista que 2022 foi um período considerado crítico para a fome no país.
Estar no Mapa da Fome significa que uma parcela relevante da população não tem acesso regular a alimentos suficientes para uma vida saudável. A mudança de patamar já havia sido alcançada em 2014, após 11 anos de políticas públicas bem consolidadas. No entanto, com o desmonte de programas sociais a partir de 2018, o Brasil retrocedeu à condição de ter parte de seus cidadãos em subalimentação grave, e em 2021, regressou ao Mapa da Fome – em referência ao triênio 2018/2019/2020.
Esse quadro afetou principalmente as mulheres. Em 2021, 36% da população vivia algum grau de insegurança alimentar, sendo o índice maior entre elas: 47%. Dois anos depois, em 2023, 59,4% dos lares nessa condição eram chefiados por mulheres e, comparativamente, a fome estava mais presente na vida delas – 11,4% – do que na dos homens – 8,3%.
Além de refletir a desigualdade estrutural de gênero no acesso à renda, à terra, ao cuidado e à alimentação, os números, extraídos de pesquisas domiciliares oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprovam que sem investimento e decisões estratégicas por parte dos governos, a vida das brasileiras e dos brasileiros é duramente impactada.
“É com grande orgulho e imensa alegria que informo: O Brasil está fora do mapa da fome, mais uma vez. O anúncio foi feito hoje (28/07) pela FAO/ONU. Isso significa que reduzimos a insegurança alimentar grave e a subnutrição para menos de 2,5% da população. Uma conquista histórica que mostra que com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário”, afirmou o presidente Lula nas redes sociais.
Para a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que esteve à frente da pasta do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, e coordenou o Grupo de Trabalho Fome Zero durante cinco anos, essa conquista reafirma o compromisso da administração do presidente Lula e sua equipe com os lares brasileiros. “Retirar o Brasil do Mapa da Fome é uma vitória do povo brasileiro, em especial das mulheres que sustentam lares, produzem alimentos e lutam diariamente por dignidade. Isso ratifica o compromisso do governo federal com as famílias brasileiras e o papel fundamental da equidade de gênero na construção de uma sociedade com soberania alimentar e sem fome”, celebrou a titular da pasta.
Políticas públicas e ações integradas
O anúncio da saída do Brasil do Mapa da Fome pela FAO/ONU foi realizado nesta segunda-feira (28/07), em Adis Abeba, capital da Etiópia. O resultado reflete a média trienal 2022/2023/2024 e os dados constam do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025”, lançado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), que vai até 29 de julho, no país africano.
A meta do governo federal era atingir esse patamar até o fim de 2026 e figurava como objetivo principal do presidente Lula para o atual mandato. Para tanto, um conjunto robusto de políticas públicas e ações interministeriais foi colocado em prática e possibilitou que a conquista se desse em dois anos.
Com ênfase para o Plano Brasil Sem Fome, estratégia central do Governo Federal para combater a fome e a pobreza, foram articulados programas como Bolsa Família, Cozinha Solidária, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tirando 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar até o fim de 2023.
Além disso, no mesmo ano, o país reduziu a pobreza extrema a 4,4%, um mínimo histórico, refletindo a saída de quase 10 milhões de pessoas dessa condição em relação a 2021. Em 2024, a taxa de desemprego chegou a 6,6%, a menor desde 2012, o rendimento mensal domiciliar per capita bateu recorde, chegando a R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, recuou para 0,506 – menor resultado da série histórica.
A renda do trabalho dos 10% mais pobres do Brasil cresceu 10,7% em 2024. E o ritmo desse crescimento foi 50% maior do que o verificado entre os 10% mais ricos. De acordo com informações do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas no Brasil no ano passado, 98,8% foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico). Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Bolsa Família. O cenário se reflete em algo ainda mais concreto: em julho de 2025, cerca de 1 milhão de pessoas deixaram de precisar do programa.
Nesse aspecto, a atuação do Ministério das Mulheres tem sido decisiva na articulação entre políticas de cuidado, segurança alimentar e equidade de gênero, com destaque para a visibilização do trabalho das mulheres rurais e de comunidades tradicionais, a ampliação do acesso à renda e à proteção social para mulheres em situação de vulnerabilidade, a defesa da inclusão de gênero em todas as políticas de combate à fome e a garantia de que as mulheres sejam as principais beneficiárias das políticas públicas do Governo Federal.
*Com informações do portal do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Fonte: Ministério das Mulheres