Brasil e China discutem restauração de vegetação e sumidouros de carbono florestal em Pequim

Meio Ambiente

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou, nesta segunda-feira (12/5), do seminário  “O Caminho para a COP30: Cooperação Brasil-China em Restauração da Vegetação e Sequestro de Carbono Florestal”, em Pequim, no contexto da visita de Estado do presidente Lula à China. O evento reuniu representantes dos governos brasileiro e chinês e especialistas para compartilhar experiências, apresentar novas tecnologias e discutir o desenvolvimento de projetos-piloto que contribuam para o aumento da cobertura florestal e a mitigação da mudança do clima nos dois países.

No discurso de abertura do encontro, Marina destacou o memorando de entendimento que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) assinará durante a visita com a Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China (NFGA) para fortalecer a cooperação bilateral em soluções baseadas na natureza e no uso sustentável do solo. De acordo com ela, o acordo ajudará o Brasil a cumprir sua meta de restauração florestal.

“O Brasil assumiu a meta de restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030, no âmbito de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). Trata-se de um esforço ambicioso, que abre caminho para a valorização de comunidades locais e geração de empregos verdes”, declarou. “Também identificamos com a China oportunidades de diálogo com base nas experiências em torno das concessões florestais. O Brasil vem desenvolvendo modelos que associam concessão pública com restauração ecológica e geração de créditos de carbono. Essa agenda é estratégica para avançarmos na consolidação de economias de baixo carbono e alto valor socioambiental.”

Participaram ainda o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Garo Batmanian, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, e a ministra-conselheira da embaixada brasileira na China, Letícia Frazão. O vice-presidente da NFGA, Li Yunqing, também discursou na abertura.

Em sua apresentação, Batmanian sublinhou a redução obtida pelo governo Lula de cerca de 46% do desmatamento na Amazônia em 2024 ante 2022. Para manter o ciclo de proteção às florestas, o Brasil deve “manter a diminuição do desmatamento e realizar a restauração florestal ao mesmo tempo”, pontuou.

Rosito ressaltou que o Brasil tem papel decisivo nas medidas globais de enfrentamento à mudança do clima. “Somos um país com enorme potencial para a transformação ecológica”, disse. Ela explicou que a espinha dorsal do país para combater as crises climática e ambiental é o Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica, liderado pelo Ministério da Fazenda com a atuação do MMA. O plano busca a transformação ecológica da economia brasileira com base em seis eixos estratégicos: finanças sustentáveis, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura verde.

Potenciais de Brasil e China

Dono da maior extensão de floresta tropical do mundo, o Brasil tem ampla experiência com Sistemas Agroflorestais (SAF) com espécies nativas, promovendo biodiversidade e gerando renda e empregos verdes. Recentemente, lançou o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), pelo qual implementará ações para atingir a meta de restaurar 12 milhões de hectares até 2030. 

A China implementou alguns dos maiores projetos de reflorestamento do mundo – como a “Grande Muralha Verde” e o “Grão por Verde”, acumulando vasta experiência em técnicas de plantio e manejo de mudas, além de políticas públicas inovadoras, como o pagamento por serviços ambientais. Com expertise complementar, ambos os países têm o potencial de desenvolver soluções conjuntas para aumentar a captura de CO₂, enfrentar a crise climática, combater a desertificação e proteger a biodiversidade.

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima