As mudanças climáticas já se tornaram uma realidade global. A excessiva atividade atmosférica e a irregularidade das estações do ano, com extremos de calor e frio, chuvas e secas, transformam a vida de milhões de pessoas também no Brasil. As crianças e os adolescentes estão entre a parcela da população mais vulnerável a esses fenômenos. Para que os estudantes brasileiros possam pensar globalmente e agir localmente sobre os eventos climáticos, os ministérios da Educação (MEC) e do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), promovem a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA).
Com prazo de realização pelas escolas até o próximo dia 30 de junho, a conferência é uma oportunidade para que os estudantes reflitam sobre o tema da sexta edição, que é “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática”, a partir da realidade local. Com diálogo e ação educativa, os estudantes adquirem legitimidade para falarem por si a partir de suas escolas e territórios e mostrarem à sociedade brasileira suas ideias sobre como tratar a questão climática com mais justiça, equidade, inclusão e diversidade.
A CNIJMA tem o potencial de mobilizar mais de 775 mil professores e nove milhões de estudantes. Esse é o público-alvo do universo de 61.806 escolas públicas e particulares de todo o país que podem participar da conferência por possuírem ao menos uma turma dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Os organizadores desenvolveram um “Passo a Passo” com a metodologia para a participação das escolas na 6ª CNIJMA.
Agenda internacional – Em 2025, a conferência ganha ainda mais relevância por estar inserida em um contexto internacional ampliado, voltado ao fortalecimento da participação infantojuvenil e das juventudes na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS são um conjunto de 17 objetivos interconectados, estabelecidos pela ONU em 2015, com a meta de serem alcançados até 2030 — a chamada Agenda 2030 da ONU.
Em especial, a 6ª CNIJMA pretende contribuir para o alcance dos ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 6 (Água Potável e Saneamento), ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e ODS 18 (Igualdade Étnico-Racial). Além disso, a iniciativa se insere entre as medidas da Nova Agenda Urbana (NAU) Habitat III, um plano de ação global que estabelece diretrizes para o desenvolvimento urbano sustentável. Nesse sentido, promove espaços escolares mais sustentáveis e inclusivos, fortalecendo o papel da educação no planejamento urbano e na justiça socioambiental.
Por fim, o movimento faz parte da preparação do Brasil para a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. O encontro global anual, em que líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima, é considerado um dos principais eventos do tema no mundo.
O protagonismo brasileiro diante do tema já foi visto no âmbito da própria CNIJMA. Em 2010, o Brasil sediou a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que teve como tema “Vamos Cuidar do Planeta”, com jovens de mais de 60 países. Com isso, propagou a sua metodologia e ampliou a experiência de educação e cidadania ambiental, democracia participativa e cultura de paz para mais de 13 milhões de estudantes e profissionais da educação em todo o mundo.
Na ocasião, foi dado início à reflexão de como a questão ambiental, relevante para todo o mundo, pode impactar os locais de convivência de estudantes, em uma proposta de atuação no território. O território é um conceito da geografia que trata das relações de poder em um dado espaço geográfico. No território, a vida das pessoas se realiza a partir das manifestações da sua história, herança cultural e da base de recursos (naturais, econômicos, humanos, institucionais) disponíveis. Longe de ser apenas um espaço físico, o território pode ser o lugar onde se estabelecem relações de pertencimento e solidariedade entre as pessoas e onde se manifesta a sua potência de ação.
Registro – As escolas que já realizaram a Conferência na Escola podem registrá-la no portal do MEC, por meio da página da 6ª CNIJMA. O registro é fundamental para garantir a participação das escolas nas próximas etapas da conferência e pode ser feito até o dia 5 de julho.
Para o registro, é preciso cadastrar o projeto de ação, bem como os dados do delegado, do suplente e dos professores acompanhantes, e responder às questões sobre os resultados da conferência. Não é possível alterar as informações após o envio, que é efetivado quando a mensagem “formulário enviado com sucesso” aparece na tela. O link para a emissão do certificado de realização da 6ª CNIJMA na escola será enviado para o e-mail informado no registro.
CNIJMA – A 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) destaca-se como uma ação estratégica de educação ambiental que conecta diretamente estudantes, professores e comunidades escolares às principais pautas globais da sustentabilidade. Ela ainda funciona como um pretexto pedagógico para promover a educação ambiental nas escolas e estimular o público infantojuvenil a se tornar agente ativo de mudanças nas ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima. A iniciativa foi realizada pela primeira vez em 2003. Nas cinco edições realizadas ao longo de 15 anos (2003-2018), mais de 20 milhões de pessoas participaram: crianças e adolescentes de 11 a 14 anos (como delegados); jovens de 18 a 29 anos (como mobilizadores, facilitadores, oficineiros e gestores); professores e profissionais das comunidades escolares; e gestores da educação e do meio ambiente. Cada edição mobilizou, em média, 14 mil escolas de todos os estados.
Assessoria de Comunicação Social do MEC
Fonte: Ministério da Educação