A programação de quinta-feira (29) do Encontro da Rede Nacional Escolas Livres – o balanço da rede 2025 foi marcado por ações que possibilitaram a cada uma das 68 entidades participantes compartilharem suas experiências por meio de fotos e vídeos. O objetivo é que, a partir daí, as organizações construam rotas de intercâmbios, possam visitar os parceiros e receber, criar vínculos, trocar saberes e fazeres, fortalecer a rede e a política pública do Ministério da Cultura (MinC).
A programação da tarde seguiu com as Rodada de negócios entre as 68 entidades que integram a rede. A diretora de Educação e Formação Artística (Sefli), Mariangela Andrade, explicou melhor o momento: cada escola pode fazer o intercâmbio, a residência. Todos se conheceram bem após as apresentações e a leitura de um catálogo que foi produzido e está nas mãos dos participantes.
“É muito mais um ‘match’ que estamos tentando fazer, combinado entre as escolas. E os formatos são variados: uma pode querer ir em uma escola, a outra não. Ou várias escolas querem ir em uma mesma entidade, pode ser. As regras são essas, as escolas vão por três dias fazer esse trabalho. Agora que as escolas se conhecem, elas começaram a pensar nisso, para onde vão fazer a residência e quem pode receber para o intercâmbio”.
Apresentando a Escola Livre Universidade Afrolatinas (DF), a coordenadora pedagógica Ravena do Carmo contou um pouco como foi a manhã dessa quinta-feira. Ela apresentou todos os programas que a entidade executa e deu atenção especial para jornada de aceleração de moda, que aconteceu no sistema socioeducativo.
- Foto: Rafael Bolt
“Eu também trouxe um relato, em gratidão, a essa universidade, essa escola livre, que me acolhe. Pois, quando eu tinha 16 anos, eu estava cumprindo medidas socioeducativas de internação, e eu participei de uma escola livre de teatro. Então, quando eu retorno para cá, para este encontro, como coordenadora de uma escola livre, me fez reconhecer o quanto foi importante esse momento na minha trajetória e na minha vida, e como me formou como uma pessoa, me formou como uma pessoa que tem preocupação com a justiça social. Então estar aqui hoje representando a Universidade Afrolatina e trazendo toda essa memória para a gente foi incrível. Só deixo meu agradecimento ao programa do MinC”, fala, com emoção, Ravena.
Para a Coordenadora de Formação Técnica e Profissional Em Cultura (CFTPC) da Sefli, Rivany Beú a manhã foi muito proveitosa e emocionante. Para ela, iniciou cumprindo bem a pauta do dia cujo objetivo foi proporcionar momentos para que as Escolas Livres da Rede se conhecessem ” olho no olho”, se conectassem combinarem a realização de trocas e aprendizagens do fazer Formação em Arte e Cultura umas com as outras nos seus territórios por meio das Residências e intercâmbios que a Sefli proporcionará no próximo semestre.
“Além disso, com os relatos das Escolas pudemos perceber como o projeto impacta não só a vida dos beneficiários, mas a vida dos profissionais, artistas, das famílias e, enfim, da sociedade. Chamou atenção a existência uma gestão eficiente com capacidade de mobilização e parcerias com entes públicos, atuando junto às escolas públicas, por exemplo, e outros espaços plurais como é a Rede Nacional de Escolas de Formação em Arte e Cultura”.
O evento, que conta com a realização do MinC, por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) com a condução da pró-reitoria de Cultura (Procult), ocorre em Fortaleza (CE), e segue até o dia 30 de maio.
Encontro Nacional
Com o intuito de fomentar a transmissão de saberes e as pedagogias de formação em arte e cultura, o encontro prevê oficinas, plenárias, debates e grupos de trabalho. Serão cinco dias de intercâmbio criativo e troca de experiências com o objetivo de pensar as Escolas Livres de Arte e Cultura de forma plural e colaborativa.
Escolas Livres
Selecionadas em 2023 pelo Minc, via edital de seleção pública, as Escolas Livres de Arte e Cultura são instituições da sociedade civil que atuam no desenvolvimento de tecnologias socioculturais e educativas, gerando impactos sociais que promovem a cidadania em abordagens colaborativas.
As 68 entidades participantes da rede nacional atuam em diversas linguagens e territórios, desenvolvendo ações coletivas a partir do fomento de políticas públicas.
Fonte: Ministério da Cultura