Brasília (DF) – Pequenas no tamanho, mas gigantes no impacto. Assim podem ser definidas as abelhas, essenciais para a polinização, a biodiversidade e o desenvolvimento regional do Brasil. Neste 3 de outubro, Dia Nacional da Abelha, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reforça a importância da Rota do Mel, iniciativa que promove inclusão produtiva, geração de renda e conservação ambiental em diferentes regiões do País.
Investimentos e resultados
Desde 2019, o MIDR já investiu mais de R$ 13,7 milhões na estruturação da cadeia da apicultura (abelhas apis mellifera) e da meliponicultura (abelhas nativas sem ferrão). Foram beneficiados mais de 2,3 mil produtores, responsáveis por cerca de 24,1 mil toneladas anuais de mel e derivados, como própolis, pólen, cera de abelha e geleia real. Atualmente, a Rota do Mel está presente em 13 estados brasileiros, com 14 polos estruturados e atuação em 370 municípios, fortalecendo a agricultura familiar e ajudando no combate à pobreza rural.
A Rota do Mel integra o programa das Rotas de Integração Nacional, que reúne cadeias produtivas estratégicas da economia regional. Criada em 2014, a Rota tem como prioridade regiões de baixa renda, com forte presença da agricultura familiar, especialmente no semiárido nordestino. Segundo o diretor do Departamento de Projetos e Sistemas Produtivos Regionais e Territoriais, Edgar Caetano, a iniciativa tem o objetivo de estruturar o setor da apicultura e da meliponicultura em diversas regiões do Brasil. “O apoio do Governo Federal se dá a partir de diferentes frentes de atuação, como a aquisição de equipamentos para beneficiamento e fracionamento do mel, implantação de unidades de beneficiamento, melhoramento genético, novas tecnologias e uso da inteligência artificial associada à cadeia”.
Cadeia sustentável e estratégica
Além da geração de emprego e renda, a apicultura desempenha papel estratégico para o meio ambiente. As abelhas são bioindicadoras da qualidade ambiental e fundamentais para a polinização, contribuindo para o aumento da produtividade em culturas como café, soja, frutas e hortaliças. De acordo com o secretário Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Daniel Fortunato, a importância da atividade vai além dos resultados econômicos. “A apicultura e a meliponicultura representam um caminho sustentável de inclusão produtiva, pois valorizam saberes locais, fortalecem a agricultura familiar e contribuem para a preservação ambiental”, afirma.
Impacto social e inovação
Segundo dados do IBGE, a apicultura e a meliponicultura no Brasil geram mais de 350 mil empregos diretos e indiretos. Com apoio técnico e organizacional promovido pelo MIDR, os produtores conseguem ampliar a produtividade, acessar novos mercados e até exportar seus produtos. O presidente da Coopemapi, Luciano Fernandes, um dos beneficiados pela Rota do Mel, que, somente em 2025, exportou mais de 40 toneladas de mel para a Europa, destaca a importância da iniciativa. “A Rota do Mel agrega valor ao nosso produto, fortalece a agricultura familiar e contribui para a polinização promovida pelas abelhas, essencial para diversas culturas agrícolas. Com organização e apoio técnico, mostramos o quanto esse setor pode crescer e gerar benefícios para todo o país”, afirma.
Rotas de Integração Nacional
Atualmente, a estratégia das Rotas de Integração Nacional contempla 13 cadeias produtivas, entre elas: Açaí, Cacau, Leite, Pescado, Moda, Fruticultura, Economia Circular, Avicultura Caipira, Biodiversidade e Mandioca. Todas têm como foco a geração de emprego, renda e redução das desigualdades regionais, articulando políticas públicas com investimentos privados em territórios estratégicos.
Polos da Rota do Mel
Entre os polos estruturados, destacam-se:
- Polo Apícola do Norte de Minas (MG)
- Polo do Mel de Jandaíra (RN)
- Polo do Mel do Pampa Gaúcho (RS)
- Polo do Mel dos Campos de Cima da Serra (RS)
- Polo dos Sertões de Crateús e Inhamuns (CE)
- Polo do Mel do Semiárido Piauiense (PI)
- Polo do Mel do Semiárido Baiano (BA)
- Polo do Mel do Sudeste do Pará (PA)
- Polo do Mel do Caparaó e Sul Capixaba (ES)
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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional