A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um pilar fundamental para a conclusão dos estudos de milhares de pessoas em todo o estado. Ela está disponível para que jovens a partir dos 18 anos concluam o ensino médio, e a partir dos 15 anos para aqueles que tem a intenção em concluir o ensino fundamental.
Nesse contexto, o Acre está entre os estados onde essa modalidade de ensino é oferecida em todos os municípios. E mais do que isso: junto com a conclusão dos estudos, o aluno da EJA também tem a oportunidade de fazer um curso profissionalizante e, assim, abrir caminho para o mercado de trabalho.
Entre esses alunos está Sabrina do Nascimento Bernardo, que estuda na escola indígena Ixubai Rãbui Puyanawa, localizada em aldeia do mesmo nome, no município de Mâncio Lima. Aos 21 anos, ela está terceira etapa do ensino médio, onde também faz o curso de artesanato em biojóias.
Há dez anos ela já estava no ensino médio, mas acabou por não concluir os estudos naquele momento. “Fiquei anos sem estudar e o que me motivou a voltar foi ter mais conhecimento e poder dar uma vida melhor para a minha família, e também me aperfeiçoar e fazer uma faculdade”, fez questão de dizer.
Ela conta que se sente feliz por estudar na EJA. “E agora que tem um curso de artesanato em biojóias, importante para nós que somos indígenas, é bom aprender mais e se aperfeiçoar para ter mais conhecimento com as miçangas, garantindo uma renda extra e trazendo muitos benefícios”, destacou.
“Além disso, esse curso está sendo importante porque eu antes não sabia fazer nada e me ajudou muito. Hoje eu sei fazer um colar, aqui já fazemos brincos, pulseiras, tudo com coisas que colhemos na aldeia mesmo, sem falar que a nossa professora sempre nos deixa muito à vontade”, frisou.
Além de fortalecer a cultura tradicional do povo Puyanawa, Sabrina Nascimento também enfatiza a importância do curso no sentido de que os alunos nunca mais esquecerão o que estão aprendendo. “O certificado irá nos deixar uma lembrança e esperamos que possam vir outros cursos para fortalecer ainda mais a nossa cultura”, afirmou.
Novas oportunidades
Outro estudante da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que aproveitou a oportunidade de estudar e adquirir uma profissão foi Fábrício Oliveira Rocha, que concluiu o ensino médio na escola João Kubitschek, localizada no município de Cruzeiro do Sul.
Concomitante ao ensino médio, ele fez, em 2024, um curso de operador de caixa. Antes de obter o certificado, Fabrício Oliveira trabalhava como diarista na construção civil. “A pandemia me fez abandonar os estudos, mas ao ver um cartaz da EJA na porta de uma escola, decidi voltar a estudar”, frisou.
Foi com o diploma da EJA na mão e o certificado do curso que ele conseguiu o seu primeiro emprego. Atualmente, ele é supervisor de loja em uma grande rede varejista. “Eu não tinha experiência e com o curso fui adquirindo conhecimento e isso foi abrindo a minha visão”, afirmou ele.
Para Fabrício, a EJA oferece muito mais do que a conclusão dos estudos, mas garante também uma formação profissional. “Sou casado, consegui abrir uma renda na minha vida e o meu recado é que todos possam voltar aos estudos porque nunca é tarde para estudar e aprender”, disse.
Pacto contra o analfabetismo
O professor Jessé Dantas é o chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE). Para ele, o fortalecimento das ações se deve, entre outras coisas, pelo fato do Acre fazer de uma política do Ministério da Educação (MEC) chamada Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo.
Além disso, explica que o Acre é um dos seis estados da Federação que oferta essa modalidade de ensino em todos os municípios. “Dessa maneira, continuamos o fortalecimento do ensino da EJA em todas as regionais do nosso estado e em todos os espaços, seja nas escolas urbanas, rurais, indígenas e também nos espaços privados de liberdade”, enfatizou.
Atualmente, no Acre, a EJA é ofertada em 119 escolas e, ao todo, 17 mil estudantes estão matriculados nessa modalidade. “Isso é possível porque a oferta de vagas é semestral e isso possibilita a abertura de novas turmas, sem falar que garantimos ainda a alimentação, material escolar e fardamento para todos os estudantes”, disse.
Fonte: Governo AC