Notificações extrajudiciais já foram registradas em cartório contra a agência Fertil Comunicação e também contra o próprio Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal. Empresário segue em paradeiro desconhecido e credores partem para ação judicial conjunta
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um caso grave envolvendo recursos públicos e calotes milionários está sendo levado à Justiça por um grupo de fornecedores que prestaram serviços à agência Fertil Comunicação, de propriedade do empresário Bruno Saraiva. Segundo os relatos, a Fertil recebeu cerca de R$ 4 milhões do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) referentes a trabalhos de publicidade realizados durante a pandemia da Covid-19, mas não repassou os valores a dezenas de fornecedores e prestadores de serviço envolvidos nas entregas.
Apesar de os pagamentos terem sido realizados após o fim da emergência sanitária, os serviços foram executados ainda durante o período crítico da pandemia. Os credores, entre eles produtoras de vídeo, empresas de comunicação, técnicos e criadores de conteúdo, afirmam que não receberam pelos trabalhos realizados — mesmo após meses de cobrança.
A Vega Produções Ltda., uma das empresas prejudicadas, notificou oficialmente Bruno Saraiva e a Fertil Comunicação em documento registrado em cartório no dia 27 de maio de 2025, cobrando uma dívida de R$ 296.410,00, detalhada em notas fiscais e discriminada por serviços prestados diretamente para o IGESDF. Na mesma data, a empresa também notificou o próprio IGESDF, que, na condição de tomador dos serviços, tem responsabilidade solidária pela inadimplência da agência intermediadora.
Documentos Anexos:
A situação se agrava com o desaparecimento do empresário Bruno Saraiva, que não é encontrado em nenhum dos endereços comerciais ou residenciais informados nas redes sociais ou documentos da empresa. O endereço divulgado pela Fertil em Brasília foi verificado e já é ocupado por outra empresa há mais de dois anos. Os credores tentam contato por telefone e mensagens, sem qualquer retorno.
Diante da situação, os fornecedores se organizaram e estão entrando com ações judiciais conjuntas tanto contra Bruno Saraiva quanto contra o IGESDF, na tentativa de garantir o recebimento dos valores devidos. “É inaceitável que uma agência receba verba pública e não repasse aos que realmente fizeram o trabalho. E mais grave ainda é o tomador dos serviços se isentar da responsabilidade por essa omissão”, afirma Edson Marconi, diretor da Vega Produções.
Os serviços prestados incluíram:
•Produção de vídeos institucionais em hospitais públicos e unidades de pronto atendimento
•Cobertura audiovisual de ações de enfrentamento à Covid-19
•Documentário especial dos 60 anos do Hospital de Base do DF
•Roteirização, edição e pós-produção de peças para redes sociais e canais institucionais
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