Brasília (DF) – A atuação do Governo Federal nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 foi destaque na reunião técnica do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, realizada nesta terça-feira (8) em Joanesburgo, na África do Sul. Na ocasião, o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou o apoio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) ao povo gaúcho e compartilhou experiências com representantes dos países membros do grupo.
“Hoje, foi possível compartilhar estudos, metodologias, experiências e boas práticas que os países que compõem o G20 vivenciaram ou ainda vivenciam. Na reunião sobre reconstrução, tive a oportunidade de apresentar e explicar como foi o trabalho do Brasil na recuperação do Rio Grande do Sul, assolado por grandes inundações no ano passado”, afirmou Wolnei. Nessa segunda-feira (7), o secretário visitou assentamentos irregulares no distrito de Soweto, também em Joanesburgo. A agenda de eventos do GTRRD se estende até a próxima quinta-feira (10).
Na reunião, Wolnei lembrou que em algumas cidades gaúchas choveu cerca de oito vezes mais do que era esperado para o período e que mais de 90% dos municípios foram afetados, com cerca de 28.000 km² de áreas alagadas, quase o equivalente à área da Bélgica (30.000 km²). O secretário informou que o desastre resultou em 183 óbitos e afetou diretamente 2.398.255 pessoas. Ao todo, foram reconstruídas 393 pontes e 56 muros de arrimo/obras de drenagem, além de 28 obras de pavimentação. Quanto às despesas, foram U$ 20 bilhões de gastos totais do Governo Federal.
Wolnei aproveitou para destacar um dos maiores avanços da Defesa Civil do Brasil. “Falamos sobre o aprimoramento do sistema nacional de alertas, que ganhou grande reforço com o lançamento do Defesa Civil Alerta”, completou.
A participação do secretário nas reuniões técnicas do GTRRD na África do Sul integra as ações do Brasil no âmbito da Troika, grupo formado pelos países com as presidências atual (África do Sul), anterior (Brasil) e seguinte do G20, e tem como objetivo fortalecer o protagonismo técnico do Brasil na agenda global de resiliência climática e redução de riscos.
“É uma honra integrar a Troika e contribuir para a continuidade do processo iniciado sob a presidência brasileira em 2024, quando tivemos a oportunidade histórica de promover, em Belém, no Pará, a primeira Declaração Ministerial do G20 dedicada exclusivamente ao tema da redução do risco de desastres”, disse Wolnei.
O secretário também acrescentou que “a proposta de declaração deste ano, sob a presidência da África do Sul, representa um avanço concreto na implementação desses compromissos”. “Apoiamos integralmente o tema proposto pela atual presidência – Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade – , já que reflete não apenas os princípios fundamentais da gestão de riscos, mas, também, os desafios concretos enfrentados por nossos países. Reduzir o risco de desastres exige, antes de tudo, enfrentar desigualdades estruturais e ampliar as capacidades de adaptação das populações mais vulneráveis”, concluiu.
Presidência do Brasil
Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
No Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres, foram adotadas seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. Foram elas:
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Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
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Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
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Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
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Estratégias de financiamento para redução do risco de desastres;
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Recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres;
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Soluções baseadas na natureza.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais. Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional