Inverno Amazônico Intensifica Chuvas Extremas Brasil

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Previsões apontam para volumes históricos de precipitação no Norte, enquanto Sul enfrenta estiagem e outras regiões lidam com tempestades isoladas

Foto: Agência PA

Nos próximos dias, o Brasil viverá um cenário climático marcado por contrastes extremos. O chamado “inverno amazônico” — período de chuvas intensas na Região Norte — deverá concentrar até 70% da precipitação anual em estados como Amazonas, Pará e Acre, segundo dados do modelo europeu de previsão do tempo. Enquanto isso, o Sul do país registra irregularidade nas chuvas, com focos de estiagem no interior gaúcho, e outras regiões enfrentam desde redução de precipitação até tempestades localizadas.

O Norte do Brasil é o epicentro das chuvas extremas neste período. Fenômenos como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) — sistema meteorológico que direciona umidade do oceano para o continente — ampliam os acumulados, especialmente no leste do Amapá e norte do Pará. Estima-se que o Amazonas e Rondônia tenham precipitações acima de 200 mm em áreas isoladas, com riscos de alagamentos e transbordamento de rios.

“Esse padrão é típico do inverno amazônico, mas a intensidade observada este ano exige alerta máximo para emergências”, explica um meteorologista do Climatempo.

Sul: Estiagem no RS e Temporais Caprichosos
Enquanto o Norte se prepara para enchentes, o Rio Grande do Sul enfrenta secura no interior, com umidade abaixo de 30% em cidades como Santa Maria. No Paraná e em Santa Catarina, as chuvas são mais generosas, porém irregulares: acumulados podem variar de 50 mm a 150 mm em poucos quilômetros de distância, reflexo de temporais isolados alimentados pelo calor excessivo.

Nordeste: Litoral Sob Chuva Forte, Interior com Irregularidade
A influência da ZCIT também atinge o litoral nordestino, do Maranhão ao Rio Grande do Norte, com previsão de chuvas persistentes. No Ceará e Piauí, espera-se acumulados moderados, mas o cenário é fragmentado: em Pernambuco e Paraíba, pancadas intensas podem ocorrer de forma esparsa, enquanto o sertão permanece seco.

Centro-Oeste e Sudeste: Redução de Chuvas, Mas Não de Riscos
No Centro-Oeste, o destaque fica para o Mato Grosso, onde o deslocamento de umidade para o oeste deve gerar chuvas acima da média. Já Goiás e Mato Grosso do Sul terão precipitações escassas.

No Sudeste, a mudança no fluxo de umidade reduz as chuvas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Porém, o calor acima dos 30°C mantém o risco de tempestades rápidas e intensas, principalmente no Triângulo Mineiro e no sul de São Paulo. A capital paulista, embora com menos chuva, segue em alerta para alagamentos pontuais.

Impactos e Preparação: A Chave Para Enfrentar os Extremos
Os contrastes climáticos exigem respostas diferenciadas. No Norte, defesas civis reforçam barreiras contra inundações, enquanto no Sul, agricultores monitoram a estiagem que ameaça lavouras. Para o meteorologista José Felipe Farias, da MetSul, “a população deve acompanhar alertas locais, pois eventos extremos podem surgir em questão de horas”.

Com o inverno amazônico em seu ápice, uma coisa é certa: o Brasil precisará de planejamento e resiliência para navegar entre secas e dilúvios.

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