Ministério da Cultura promove Circuito Cultura Viva Hip-Hop no Rio de Janeiro

Cultura

A comunidade de hip hoppers do Rio de Janeiro marcou presença no evento realizado pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, no último sábado (30), no centro da cidade. A ação é uma parceria com o Pontão de Cultura Hip-Hop, coordenado pelo Instituto Trocando Ideias. Com shows, batalhas de rimas, oficinas e mesa de debates, também foi lançada a campanha Amplifique Democracia, iniciativa voltada à valorização das vozes jovens e de seu papel na defesa da democracia. A proposta também busca fortalecer a expressão como manifestação cultural e ferramenta de transformação social.

Um dos destaques da programação foi a mesa Das Quebradas à Política: Hip-Hop é Cultura Viva, que possibilitou o debate entre gestores públicos e as lideranças do Hip-Hop sobre as políticas culturais. Para a diretora de Promoção da Diversidade Cultural do MinC, Karina Gama, o encontro representou um momento de aproximação do poder público com a base cultural, promovendo a construção coletiva de ações e a participação social. “Foi uma oportunidade ímpar. Unimos os governos federal, do município e do estado do Rio de Janeiro, por meio de suas secretarias de cultura e de juventude, representantes da Palmares, do Iphan, do Ministério das Mulheres, do Comitê de Cultura, da UFRJ, do legislativo municipal, estadual e federal, além de lideranças históricas para o movimento”, explicou.

Karina citou ainda as iniciativas realizadas pelo MinC para atender ao movimento desde 2023, como o Decreto Nº 11.784/2023, que traz as diretrizes para a valorização do Hip-Hop, o edital de premiação no âmbito da Política Nacional de Cultura Viva e a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.

“O Governo Federal reconhece o Hip-Hop como resistência e potência da cultura urbana e periférica. Além de expressão artística, é também uma expressão política, de cidadania e de democracia. O Hip-Hop transversaliza os marcadores sociais, dialogando com os mestres e mestras, com as crianças, com a juventude, promovendo saúde mental dentro dos territórios, consciência crítica, autonomia, protagonismo, e gerando economia, por meio da arte e cultura, ampliando e fortalecendo a cadeira produtiva cultural”, afirmou.

Foto: Zezzynho Andraddy
Foto: Zezzynho Andraddy

A secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura do MinC, Roberta Martins, também esteve presente e reforçou a necessidade de ações voltadas para a juventude. “A gente tem que colocar recursos na mão da juventude para que consiga efetivamente estruturar mecanismos de democracia e amplificação dos processos democráticos. A democracia não se faz apenas no parlamento, mas se estrutura com novos processos. Nós temos que aprender como o Movimento Hip-Hop, o Movimento Sem Terra e como todos os movimentos como se traduz mecanismos democráticos reais para que a democracia seja realmente garantida”, finalizou.

Roberta ressaltou a atuação dos Agentes Cultura Viva — jovens de 18 a 24 anos formados pela rede de Pontões de Cultura — que atuam no mapeamento, diagnóstico, formação, articulação e mobilização da rede de Pontos de Cultura em todas as regiões país. Ela lembrou ainda dos Agentes Territoriais de Cultura, que desenvolvem ações de mapeamento participativo, comunicação e mobilização social, além de receberem formação voltada ao desenvolvimento cultural e territorial de suas comunidades.

Foto: Zezzynho Andraddy
Foto: Zezzynho Andraddy

A MC Ed Willer, que também integra a Frente Nacional de Mulheres do Hip-Hop, falou sobre a importância de espaços de escuta e diálogo como esse. “O compromisso aqui firmado é fortalecer a participação social como instrumento central das políticas públicas culturais. Esse encontro reafirma o reconhecimento do Hip-Hop como vetor de transformação social, de engajamento democrático e de fortalecimento da cidadania cultural. O Hip-Hop precisa dialogar não apenas com MinC, mas com outros ministérios, como educação, saúde, justiça, igualdade racial, mulheres, comunicação, turismo”.

Também participaram do evento: Sebastião Filho, mais conhecido como Vampiro e representante da Construção Nacional Hip-Hop; Ronald Luiz dos Santos, secretário Nacional de Juventude; Eduardo Nascimento, do Escritório MinC – RJ; Flávia Souza da Cruz Serino, da Frente Nacional de Mulheres do Hip-Hop; Dudu do Morro Agudo, do Instituto Enraizados; Bruno Rafael, da Casa de Cultura Hip-Hop do Rio de Janeiro; entre outras lideranças do movimento e representantes do poder público.

Fonte: Ministério da Cultura