Entre os dias 15 e 17 de setembro, representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) participaram de uma visita técnica à Terra Indígena Munduruku, no Pará. A atividade foi realizada durante a V Assembleia do Movimento Munduruku Ipereg Ayũ, realizada na aldeia Caroçal Cururu.
Na ocasião, foi apresentado o Projeto de Monitoramento Ambiental da Exposição ao Mercúrio em Territórios Munduruku, iniciativa estratégica do MMA, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Amazônico do Mercúrio (IAMer). O objetivo é avaliar, ao longo de 24 meses, a contaminação por mercúrio decorrente do garimpo ilegal em rios e comunidades da região, com previsão de início ainda em 2025.
O projeto prevê a realização de campanhas de coleta em diferentes períodos sazonais, incluindo água, sedimentos, ar, folhas e peixes, além de oficinas de capacitação e devolutivas às comunidades. O investimento será de R$ 2 milhões.
“Este projeto é fundamental para subsidiar políticas públicas baseadas em ciência, que protejam a saúde dos povos indígenas e a Amazônia. A presença do governo federal aqui reforça nosso compromisso em colocar os Munduruku no centro das decisões”, afirmou o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf.
Participação comunitária
As ações do projeto serão desenvolvidas de forma participativa, com respeito aos protocolos do povo Munduruku. Estão previstas oficinas e devolutivas em linguagem acessível, com tradução para a língua indígena, de modo a garantir a consulta prévia e o protagonismo da comunidade.
Combinando ciência, engajamento comunitário e capacitação local, a iniciativa do monitoramento ambiental vai gerar dados inéditos sobre a contaminação por mercúrio e fortalecer a implementação da Convenção de Minamata no Brasil.