Museu Goeldi é o novo parceiro do portal Brasiliana Fotográfica

Cultura

O Museu Paraense Emílio Goeldi, unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) localizada em Belém (PA) é a mais nova instituição a aderir ao portal Brasiliana Fotográfica. Criada em 2015 pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), e pelo Instituto Moreira Salles (IMS), a Brasiliana Fotográfica é composta por um repositório digital e um blog. Sua finalidade é ampliar o acesso ao patrimônio fotográfico brasileiro e estimular a reflexão sobre a preservação da fotografia em ambiente digital.

O Goeldi passará à condição de parceiro do portal, que, atualmente, além das coleções das mantenedoras FBN e IMS, reúne coleções fotográficas de outras 11 instituições de memória e guarda de acervo: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, CPDOC – FGV, Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Fundação Joaquim Nabuco, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Leibniz-Institut fuer Laenderkunde, Museu Aeroespacial, Museu da República e Museu Histórico Nacional.

Um olhar sobre a Amazônia

A adesão acrescentará ao acervo um conjunto de fotografias de diversos autores sobre a cidade de Belém (PA), produzidas entre o final do século 19 e o início do século 20. As imagens têm como origem negativos em vidro e fotografias impressas pertencentes ao Museu Goeldi, além de cópias digitais de acervos pessoais sob a guarda da instituição.

Segundo o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, “a participação do Museu Goeldi no Portal Brasiliana Fotográfica não é apenas uma contribuição técnica de digitalização, mas um ato de justiça histórica, pois preserva a essência amazônica do Brasil, promove inclusão cultural e constrói pontes entre passado e futuro por meio da imagem. Essa parceria exemplifica como instituições regionais podem elevar o debate nacional sobre patrimônio, alinhando-se aos objetivos de difusão científica do próprio museu”, afirma.

O presidente da FBN, Marco Lucchesi, celebra a adesão: “o desejo de estabelecer esse veículo era antigo, mas só agora foi possível concretizá-lo. A Biblioteca Nacional do Brasil vem realizando uma série de ações na Amazônia. A presença do admirável Museu Goeldi na Brasiliana Fotográfica é também fruto dessa interlocução, com a fundamental parceria do Instituto Moreira Salles, no ano da COP 30”, afirma.

Desde o início da presidência de Lucchesi à frente da Biblioteca Nacional, a instituição tem voltado um olhar especial sobre a região amazônica. Em 2023, a FBN recebeu, das mãos da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, a Constituição Federal traduzida para o nheengatu, língua geral dos povos originários – fruto de parceria com o STF e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2025, em parceria com a Marinha do Brasil, terá início o envio de livros editados pela FBN a comunidades ribeirinhas.

Museu Paraense Emílio Goeldi

Fundado em 1866, é a primeira instituição de pesquisa na Amazônia e o segundo museu de história natural do Brasil. Desenvolve pesquisas nas áreas de ciências humanas, sociais, biológicas e da terra. Seu acervo é composto por 19 coleções científicas, subdivididas em mais de 40 subcoleções, integradas por mais de 4,5 milhões de itens tombados.

A instituição possui três bases físicas:

• Parque Zoobotânico – criado em 1895, abriga exposições e serviços educativos;

• Campus de Pesquisa – criado em 1979, reúne as coleções, os laboratórios e três cursos de pós-graduação;

• Estação Científica Ferreira Penna – criada em 1993, é a base avançada de pesquisa na Floresta Nacional de Caxiuanã.

Até 1954, o Museu Goeldi foi administrado pelo Governo do Pará. Em 1955, foi federalizado, inicialmente vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, a partir de 2000, diretamente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O Museu Goeldi mantém o Arquivo Guilherme de La Penha, criado em 1987, destinado à salvaguarda e divulgação de sua documentação histórica e administrativa. O acervo reúne documentos institucionais e fundos privados, pessoais e institucionais, além de uma coleção fotográfica relevante para a História das Ciências no Brasil.

O Parque Zoobotânico e as coleções arqueológica e etnográfica são tombados como Patrimônio Histórico Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Mapa Etno-Histórico de Curt Nimuendajú está inscrito no Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Fonte: Ministério da Cultura