O que são Pontos de Cultura? Quais são suas práticas e valores? Como articular projetos culturais enraizados nos territórios? Essas foram algumas das perguntas debatidas nesta quarta-feira (1) na oficina De Campinas a Barcelona: tecendo novas redes ibero-americanas de Pontos Culturais, na Conferência Culturopolis 2025. Sediado em Barcelona, o evento coincide com a realização da Mondiacult 2025 – Conferência Mundial sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável.
Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Márcia Rollemberg, foi um momento importante para compartilhar o modelo brasileiro de Pontos de Cultura, que tem inspirado especialmente a América Latina e agora também a Espanha.
“Somos uma inspiração para muitos países. Em mais de 20 anos de trajetória, já foram certificados quase 10 mil Pontos de Cultura. Hoje, a Cultura Viva conta com um piso anual de investimento de cerca de R$ 420 milhões. É uma política que fala com a diversidade cultural, com povos e comunidades tradicionais, com a cultura popular e com as nossas raízes”, defendeu Márcia. “Agora, estamos desenhando uma Carta de Direitos Culturais, com foco no que está garantido na constituição, mas trazendo também uma leitura ampla sobre esses direitos, como uma forma também de ampliar a cidadania cultural”, completou.
A secretária apresentou o histórico da criação da Cultura Viva, que nasceu em 2004 como programa de governo e se tornou uma Política Nacional com a aprovação da Lei. Nº 13.018/2014. Destacou também o IberCultura Viva, programa de cooperação internacional que teve origem na experiência brasileira de valorizar e fomentar grupos culturais nos territórios. Hoje, o programa é formado por 14 países com políticas culturais de base comunitária.
“O IberCultura completou 10 anos, promovendo o fortalecimento de políticas, processos formativos e de pesquisa, lançando editais públicos para a distribuição de bolsas de pós-graduação, de apoio a intercâmbio de grupos culturais e de premiação a projetos. Agora, estamos planejando os próximos 10 anos”, explicou Márcia.
O evento contou também com a participação do diretor da PNCV, João Pontes, e do presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre de Souza Santini Rodrigues.
Culturopolis 2025
É um espaço de encontro entre o Poder Público, o setor cultural e os cidadãos, servindo para gerar debates, compartilhar práticas e refletir sobre a contribuição da cultura em prol dos direitos humanos e de uma transição ecológica justa. Um dos objetivos desse debate sobre Cultura Viva Comunitária foi identificar como esse modelo pode ser adaptado a diferentes contextos territoriais, como Catalunha ou Barcelona.
Fonte: Ministério da Cultura