Iphan abre consulta pública sobre nova instrução normativa para licenciamento ambiental

Cultura

Uma proposta de revisão da instrução normativa (IN) que estabelece procedimentos administrativos a serem observados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nos processos de licenciamento ambiental está sendo submetida à consulta pública. A partir de hoje (15/5) até o dia 25/6, qualquer pessoa interessada com uma conta na plataforma Gov.br pode contribuir com críticas e sugestões ao texto da proposta, através do link: www.gov.br/participamaisbrasil/revisao-instrucao-normativa-n-001-de-2015.

nova IN substituirá a IN N°1, de 25 de março de 2015. A proposta do novo normativo foi elaborada após um cuidadoso período de revisão conduzida pela Coordenação-Geral de Licenciamento Ambiental (CNL) do Iphan. O trabalho contou com a participação de mais de 100 servidores do Instituto, incluindo representantes de todas as suas áreas. Foram reavaliados os aspectos técnicos, administrativos e procedimentais que envolvem a proteção do patrimônio cultural acautelado pelo Iphan nos processos de licenciamento ambiental.

“Entre os objetivos da revisão, destaca-se a intenção de adaptar o texto da IN para refletir com maior precisão as práticas e necessidades atuais do Iphan, além de proporcionar aos servidores do Instituto diretrizes claras e detalhadas, fortalecendo a segurança técnica e jurídica em suas atividades e decisões”, observa o diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais do Iphan, Daniel Sombra.

O licenciamento ambiental é uma obrigação legal compartilhada entre instituições federais, estaduais e municipais e precede a instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente destrutiva para a cultura local ou para o meio ambiente. O objetivo é assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas em suas variabilidades físicas, bióticas, socioculturais e econômicas, além de considerar o impacto aos sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade.

Maior participação social

“Uma das principais diferenças da nova norma em relação à anterior é que ela terá uma característica mais inclusiva, prevendo a participação de povos e comunidades tradicionais associadas ao patrimônio cultural acautelado pelo Iphan”, observa o presidente do Iphan, Leandro Grass. Segundo Grass, o objetivo é garantir a participação destes grupos nos processos de avaliação de impactos do patrimônio cultural, como uma forma de respeito a sua cultura e costumes, viabilizando práticas sustentáveis por parte dos empreendedores junto a eles.

Assim, quando constatada a existência de bens culturais associados a povos e comunidades tradicionais na área diretamente afetada (ADA) ou na área de influência direta (AID) dos empreendimentos, os estudos de avaliação de impacto, preservação e gestão do patrimônio cultural deverão se basear também em pesquisa participativa junto a essas populações, em todas as suas etapas, incluindo o estabelecimento de medidas de controle, mitigação, compensação e de gestão propostas.

A norma prevê ainda a realização de projetos de Educação Patrimonial integrados aos estudos arqueológicos, com participação das comunidades envolvidas, na figura de seus detentores de saberes tradicionais. A execução do Projeto Integrado de Educação Patrimonial contribui para uma aproximação da comunidade local com as ações de proteção ao patrimônio cultural, visando o compartilhamento de conhecimento, atividades educativas e de socialização”, avalia a coordenadora da Coordenação de Regularização e Normatização da CNL, Dinoelly Alves.

“A nova Instrução Normativa apresenta um avanço nos estudos sobre os bens culturais materiais e imateriais brasileiros, ao proporcionar maior previsibilidade técnica e procedimental em suas pesquisas. Além disso, o texto traz um capítulo específico para os prazos de manifestação do Iphan, bem como orientações sobre obras emergenciais, tipologias de licenciamento e outras atualizações que contribuem para uma atuação mais eficiente do órgão”, observa o coordenador-geral de Licenciamento Ambiental do Iphan, Herbert Moura Rego.

O papel do Iphan no Licenciamento Ambiental: 

O que está sendo proposto com a revisão da IN? 

  • Diretrizes mais claras e detalhadas, fortalecendo a segurança técnica e jurídica das atividades; 
  • Participação ativa de povos e comunidades tradicionais na avaliação de impactos e na gestão do patrimônio cultural e natural a eles relacionado; 
  • Maior previsibilidade oferecida aos empreendedores e consultores sobre os procedimentos, requisitos e prazos, com orientações sobre o planejamento e a execução de projetos; 
  • Abordagem mais uniforme na atuação do Iphan, assegurando que todas as partes interessadas sejam tratadas de forma isonômica; 
  • Fluxos de trabalho mais bem definidos para os processos de avaliação e gestão, promovendo a eficiência e a transparência; 
  • Elevação da qualidade dos estudos de avaliação e gestão do impacto ao patrimônio cultural acautelado pelo Iphan.

Fonte: Ministério da Cultura