O município de Alto Paraíso de Goiás (GO), a aproximadamente 228 quilômetros de Brasília (DF), recebeu no último sábado (17/05) um evento promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) para celebrar o Cerrado. A agenda foi marcada pelo desenvolvimento de atividades educativas e o reconhecimento da Trilha Caminho dos Veadeiros, com a presença de autoridades e o engajamento da comunidade local. A atividade fez parte da programação realizada pelo órgão para fomentar o Dia Internacional da Biodiversidade, comemorado em 22 de maio.
A programação teve início pela manhã, na Feira do Produtor Rural, tradicional ponto de encontro da cidade. Cerca de 30 crianças participaram das atividades ambientais, momento em que foram apresentadas às espécies ameaçadas de extinção e destacada a importância de cada uma para a biodiversidade. A dinâmica incluiu oficina de máscaras de animais do Cerrado, além de brincadeiras que valorizam a cultura popular.
O período da tarde concentrou o reconhecimento da Trilha Caminho dos Veadeiros como parte da Rede Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas), política pública do governo federal estratégica na conectividade da fauna e na conservação de biodiversidade, que conta com a participação do MMA. A ação ocorreu no Centro de Atendimento ao Turista (CAT).
A secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, Rita Mesquita, fez a entrega simbólica das plaquetas de sinalização. “Estamos aqui para celebrar um reconhecimento que ajudará a alavancar ações em prol da natureza. Esta política [de trilhas] tem a força que tem por conta da rede de pessoas. É uma rede de territórios ancorada numa rede de pessoas. Fico muito feliz de, depois de toda essa longuíssima história de trabalho de tanta gente, poder vir trazer esse reconhecimento oficialmente”, enfatizou Rita sobre o significado do ato.
As plaquetas foram então entregues por ela ao presidente da Associação Caminho dos Veadeiros (ACV), Márcio Chapola, e ao prefeito de Alto Paraíso, Marcus Rinco. “Essa é mais uma conquista aqui da nossa região, que tem sido cada dia mais reconhecida e valorizada como um ponto de preservação, com atrativos turísticos voltados para o ecoturismo”, destacou o prefeito.
“Para nós, ser um pedacinho muito importante em um caminho tão bonito como é o Caminho dos Veadeiros, muito nos honra e orgulha”, complementou o secretário municipal de Turismo, Agnaldo Araújo.
A sinergia entre as UCs e a força da sociedade civil foram ressaltadas pela chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Nayara Stacheski. “A história do Caminho dos Veadeiros começa com a sociedade civil. E tudo que começa de baixo para cima tem muito mais chance de se perpetuar. O parque é parceiro e o Caminho dos Veadeiros é parceiro do parque, especialmente pela proximidade e complementaridade das nossas áreas”, disse.
“A palavra-chave é gratidão por todas essas parcerias. Fico feliz e orgulhoso de ver a trilha saindo do papel”, emocionou-se o presidente da Associação Caminho dos Veadeiros (ACV), Márcio Chapola, representando voluntárias e voluntários idealizadores da trilha.
Após a cerimônia, foi realizado um mutirão para sinalizar o trecho urbano da Trilha Caminho dos Veadeiros, com o apoio de voluntárias e voluntários.
Distribuição de livros
A analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e autora do livro “Colorindo as plantas ameaçadas de áreas úmidas do cerrado”, Suelma Ribeiro, também participou do evento. Ainda pela manhã, ela distribuiu e apresentou a obra para as crianças e seus responsáveis. A publicação foi feita em parceria com o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRF).
A cartilha infantil “Vida livre, um sonho animal”, elaborada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), também foi entregue.
Conservação da biodiversidade
A agenda ocorreu no âmbito do projeto GEF Áreas Privadas, que promove conservação, uso sustentável da biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos em áreas privadas. Financiado pelo Global Environment Facility (GEF), por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), cuja gestão financeira é executada pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS). No Cerrado, é coexecutado pela Fundação Pró-Natureza (Funatura).
O projeto também atua na Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, que abrange parte de Alto Paraíso. A APA é ainda vizinha direta do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, local em que forma um corredor ecológico vital para o ecossistema da região. Isso porque a unidade de conservação (UC) abriga espécies endêmicas e 45 ameaçadas de extinção, além de diversas fitofisionomias e processos ecológicos únicos.
Além disso, a área é lar de comunidades agroextrativistas, agricultores familiares e quilombolas detentores de vasto conhecimento tradicional. Sob coordenação do MMA, o projeto executa ações focadas em quatro eixos temáticos: agroextrativismo, monitoramento da biodiversidade, ecoturismo e gestão territorial da paisagem.
O Cerrado abrange cerca de 22% do território nacional e abriga 5% da biodiversidade mundial. O bioma é também berço das nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata).
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