O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 11 milhões
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O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido como o “Prefeito TikTok” devido à sua intensa e espalhafatosa presença nas redes sociais, se tornou réu em uma ação de improbidade administrativa por suspeita de superfaturamento na compra de lousas digitais para a rede municipal de ensino. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 11 milhões.
Superfaturamento na compra de lousas digitais
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público estadual contra Rodrigo Manga, o ex-secretário de Educação Márcio Carrara e a empresa Educateca, fornecedora de 1.188 lousas digitais adquiridas em 2021 por R$ 26.062 cada, totalizando R$ 46,9 milhões. De acordo com o MP, o valor pago foi 56% superior ao praticado por outras prefeituras, como a de Indaiatuba, que adquiriu o mesmo equipamento por R$ 16.700 a unidade.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apontou que, de cada R$ 4 gastos, R$ 1 teria sido superfaturado. A Promotoria destacou que houve prática de improbidade administrativa tanto por parte dos gestores quanto da empresa fornecedora. A decisão foi proferida pelo juiz Alexandre de Mello Guerra, da Vara da Fazenda Pública de Sorocaba.
Outras operações policiais envolvendo Rodrigo Manga
Rodrigo Manga também foi alvo da operação “Copia e Cola”, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2025, que apura desvios de recursos públicos destinados à saúde no município de Sorocaba. A investigação gira em torno da contratação de uma Organização Social (OS) para administrar unidades de saúde, com suspeita de lavagem de dinheiro por meio de depósitos em espécie, pagamentos de boletos e transações imobiliárias. Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 863.854 em espécie e um veículo de luxo avaliado em R$ 700 mil.
Além disso, Rodrigo Manga é investigado em outras duas ações por irregularidades em sua gestão: uma envolvendo a licitação de semáforos e outra relacionada à compra de kits de robótica para escolas municipais. Os contratos sob investigação somam mais de R$ 20 milhões.
O prefeito não pode alegar perseguição política federal
Apesar de sua recorrente estratégia de alegar perseguição política para justificar os processos, neste caso específico, Rodrigo Manga não pode atribuir as investigações a uma suposta perseguição em nível federal. Isso porque as ações são conduzidas pela Justiça Estadual e pelo Ministério Público de São Paulo, vinculados ao governo estadual e ao poder judiciário paulista, e não por órgãos federais. Portanto, qualquer alegação de interferência política não se sustenta, especialmente no contexto das operações que envolvem verbas e contratos municipais.
Defesa do prefeito
Rodrigo Manga nega as acusações e atribui as investigações a motivações políticas, afirmando que os processos surgiram após o anúncio de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. Em entrevistas, ironizou as buscas realizadas em sua residência, alegando que os agentes só encontraram “bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon do meu filho”.
O processo segue em curso, e Rodrigo Manga terá a oportunidade de apresentar sua defesa dentro do prazo legal. A Prefeitura de Sorocaba ainda não se manifestou oficialmente sobre as investigações.