UFRJ cria técnica que acelera diagnóstico de câncer infantil

Educação

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), desenvolveu uma técnica pioneira que pode reduzir de 15 para apenas um dia o tempo necessário para o diagnóstico de tumores sólidos em crianças.  

Coordenada pela hematologista pediátrica Elaine Sobral e pela hemoterapeuta Cristiane Facio, do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ) — vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC) —, a pesquisa adapta o uso da citometria de fluxo, até então aplicada apenas a tumores no sangue, para a análise de tumores sólidos. A inovação agiliza o início do tratamento e amplia as chances de cura.  

“O câncer é uma expansão de células que vieram de uma célula que era normal, mas que parou de ter controle. Então, ela começa a se proliferar descontroladamente, começa a crescer e a aumentar em quantidade desordenada. Ela, muitas vezes, também ganha proteções contra a morte celular e pode invadir outros tecidos”, afirma Elaine. O diagnóstico mais rápido permite que as crianças que necessitam sejam tratadas de forma mais ágil e certeira. “Se o paciente está com suspeita de tumor e a gente consegue dizer que não é, a gente tira a espada da cabeça da mãe. Ela já consegue dormir, aliviada”, explicou Cristiane. 

A nova metodologia já vem sendo utilizada em hospitais públicos do Rio de Janeiro, como o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), vinculado à Ebserh/MEC, além dos hospitais federais da Lagoa e dos Servidores do Estado. Embora ainda experimental e sem reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a técnica abre um caminho importante na busca por diagnósticos mais ágeis. O objetivo das pesquisadoras é que, no futuro, o tratamento possa começar no mesmo dia do diagnóstico. 

As pesquisadoras integram o EuroFlow, um consórcio de pesquisa europeu que tem como objetivo o desenvolvimento e a padronização de testes de citometria de fluxo rápidos, precisos e sensíveis para o diagnóstico e a subclassificação prognóstica de neoplasias hematológicas, bem como para a avaliação da eficácia do tratamento durante o acompanhamento. A UFRJ é a única instituição fora da Europa participante do consórcio. Atualmente, além da continuidade do desenvolvimento das pesquisas do núcleo, o consórcio é responsável pelo envio dos reagentes necessários para a realização dos exames. A parceria possibilitou o prosseguimento dos procedimentos. O Laboratório de Citometria de Fluxo, no qual a pesquisa vem sendo desenvolvida, foi montado graças a verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2009. Elaine tem trabalhado em um projeto para criar uma rede de diagnóstico de tumores pediátricos no Brasil, que funcione de maneira integrada. 

A equipe integra diferentes pesquisadores, entre eles Amanda Ranhel, Christal Abraham, Patrick Medeiros, Daniele Fernandes, Enrico Riscarolli e Gabriel Shanon, vinculados a programas de pós-graduação da UFRJ.  

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Este conteúdo é uma produção da UFRJ, com apoio da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) 

Fonte: Ministério da Educação