Brasília (DF) — O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, participou, junto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de um momento histórico para a integração e a soberania energética nacional. O estado de Roraima foi incluído ao Sistema Interligado Nacional (SIN), nesta quarta-feira (10), após a cerimônia de início da energização do Linhão Manaus-Boa Vista. A operação foi conduzida a partir dos Centros Nacional e Regional de Operação Norte/Centro-Oeste, na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília.
Por meio dos Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), o MIDR investirá um total de R$ 2,5 bilhões na linha de transmissão de 500 kV (500 mil quilovolts). Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a linha demandou investimentos de R$ 3,3 bilhões.
A Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) liberou um repasse de R$ 900 milhões para a empresa à frente das obras, a Transnorte Energia (TNE), na última terça-feira (2), conforme cronograma aprovado para o projeto. A previsão é que até dezembro de 2025 seja realizado um segundo depósito proveniente do FDA. Parte significativa deve ser liberada em reembolso para despesas já realizadas pela empresa.
O presidente Lula afirmou que o Linhão Manaus-Boa Vista tem capacidade energética quatro vezes superior à demanda atual do estado, criando condições favoráveis para atrair indústrias e estimular a exportação para os países do Caribe e da América do Sul. “Roraima tem uma possibilidade extraordinária de comércio exterior com o Suriname, Guiana, Venezuela e Caribe. Não apenas na venda de produtos alimentícios, como de industrializados. O começo do funcionamento desse linhão vai permitir que Roraima tenha quatro vezes mais energia do que necessita hoje. Significa que estão dadas as condições para o empresário que quiser fazer uma fábrica em Roraima produzir e exportar”, declarou o mandatário.
O ministro Waldez Góes ressaltou que o Linhão Manaus-Boa Vista representa um marco histórico para a integração energética e para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, garantindo maior segurança e estabilidade no fornecimento de energia. “O presidente Lula segue firme garantindo à Amazônia aquilo que é condicionante para o processo de desenvolvimento e agregar valor às nossas vocações produtivas, que é inovação tecnologia, infraestrutura, energia de qualidade e logística”, disse Góes.
Os estados da Amazônia também serão beneficiados pelo investimento de R$ 1,3 bilhão no Programa NORTE CONECTADO, que expandirá a infraestrutura de comunicações na região, por meio da implantação de cabos de fibra óptica subfluvial. Serão atendidos 59 municípios no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
Transição energética
A linha de transmissão se estende por cerca de 725 km, possui 1.390 torres e três subestações — Lechuga, Equador e Boa Vista — atravessando 9 municípios dos estados do Amazonas e Roraima. Sua capacidade máxima é de mil MegaWatts. Para se ter uma ideia, isso é energia elétrica suficiente para garantir o funcionamento de 14,3 milhões de geladeiras.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, celebrou a conexão de Boa Vista ao mapa energético do Brasil, lembrando que o linhão diminui a dependência do estado da energia térmica. “É uma vitória social, econômica, geopolítica e ambiental. Este é o maior projeto de descarbonização da Amazônia, com a retirada gradual do diesel e a entrada da energia limpa do nosso sistema interligado”, afirmou Silveira.
Atualmente, o abastecimento elétrico de Roraima depende do sistema de transmissão da interligação Brasil – Venezuela, e da Usina Termelétrica Jaguatirica II, também apoiada pelo FDA.
A nova linha energética possibilitará economia superior a R$ 500 milhões por ano com a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo pago por todos os brasileiros. Também está prevista a redução de mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ anualmente, reforçando o compromisso do país com a transição energética.
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Fonte: Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional